4/12/2009
Esporte, que surgiu nos EUA, na década de 1960, veio dos surfistas em busca de adrenalina nas dunas californianas
O Sandboard é um esporte que consiste basicamente em deslizar nas dunas, de pé, utilizando uma prancha de madeira como fundo revestido por fórmica. Simples, certo? Errado!
O Sandboard, como inúmeros outros esportes radicais, surgiu na Califórnia, na década de 1960. A busca por novas maneiras de sentir a adrenalina levou muitos jovens a pegar suas pranchas de surf e se aventurarem nas dunas californianas.
Hoje, o esporte está presente em diversas partes do mundo: Peru, Alemanha, África do Sul, Estados Unidos. No Brasil os Estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Santa Catarina são os points dos praticantes.
E para quem está admirado em ver países como a Alemanha como um dos pólos do esporte, é bom saber que é lá que se realiza, há 18 anos, o mais importante evento de sandboard do planeta, válido como mundial da Categoria.
Apesar de nossas excelentes condições para a prática desse esporte, sobretudo no nordeste brasileiro, o sandboard só aportou aqui por volta do final da década de 1980 e início de1990, inspirado na beleza plástica de outro esporte radical por excelência, o Snowboard, seu correspondente na neve.
Não tardou para que virasse uma verdadeira febre que contagiou todas as praias do Ceará. E não é pra menos. Com um vasto litoral onde as dunas móveis representam um de nossos maiores cartões postais, não é de se admirar que o Sandboard crescesse tanto por aqui. E foi justamente daqui que surgiram alguns dos principais nomes do Sandboard nacional.
Um dos primeiros ídolos foi o multi-esportista Thiago Mancha. Primeiro Campeão Cearense de Sandboard, ele foi um dos grandes responsáveis pelo desenvolvimento do esporte em nosso estado e também pelo surgimento de vários outros atletas. Com sua postura profissional e um visual que lembrava muito os snowboarders, Thiago alçou o sandboard à categoria de Esporte Radical e colocou a Praia da Sabiaguaba, seu local de treinos, na rota do Sandboard Nacional.
SUCESSO FEMININO
Belas, vitoriosas e campeãs
Paralelo ao sucesso de Thiago Mancha, uma dupla de meninas sonhava em conquistar o mundo através de seus ´castelos de areia´, ou melhor, das dunas do Cumbuco: Tâmila Dalila e Géssica Veras. Entretanto, a luta destas duas guerreiras era bem maior que a de qualquer outro atleta. Além de toda a dificuldade do pioneirismo em um esporte, correndo atrás de patrocínio, elas ainda travavam uma dura batalha contra a barreira do machismo. Mas o maior desafio que elas enfrentaram residia na total ausência da categoria feminino nos poucos eventos existentes. A única saída era competir com os meninos.
O resultado desta história foi que, a partir desse nivelamento com a categoria masculino, o rendimento das duas amigas elevou-se ao ponto de colocá-las no topo das competições internacionais, culminando nos títulos de Campeã Mundial 2005, no Sandboarding World`s Championship, modalidade Slope Style, obtido por Géssica, com Tâmila como Vice-Campeã nessa mesma competição.
Mas a dupla não parou por aí. No mesmo ano da conquista mundial, Tâmila foi Campeã Sul-Americana, e a amiga foi vice. Em 2006, elas venceram também o Pan-Americano (Géssica) e o Brasileiro (Tâmila). Hoje, Tâmila é presidente da Federação Cearense de Sandboard, e Géssica trabalha na Associação Atletas da Luz (GN).
GEORGE NORONHA
JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE
*ESPECIAL PARA O JOGADA
Locais radicais: o sandboard está presente no Peru, Alemanha, África do Sul e EUA. No Brasil Ceará, Rio Grande do Norte e Santa Catarina são os points dos feras
Foto: Arquivo
Cearenses Tâmila e Géssica entregam troféu ao ministro dos esportes, Orlando Silva, em Brasília